Quem curte destinos insólitos, procura ampliar horizontes, gosta de interagir com culturas diferentes, deve-se preparar para que além da diversão e do enriquecimento, estas viagens podem interromper uma alimentação saudável. É aí que está o perigo.
crédito: viramundo e mundovirado
1- A fome é o inimigo número um do viajante
Controlar a fome em determinados lugares significa não cair na malha fina de uma doença infecciosa. E verdade seja dita: na hora da sedução, o delicioso pode ser perigoso, assim mesmo com rima e tudo para fixar bem na mente. Comer em barraquinhas ou botequins, nos quais o ovo cozido coberto de moscas confunde-se com quibe, é colocar a viagem no vermelho.
Me recordo de uma viagem ao Peru, onde minha companheira, faminta, comeu um tentador milho cozido servido por uma chola. Não deu outra, logo em seguida vieram fortes dores no estômago, junto com náuseas. Resultado: cólera.
Sem criar ditadura de refeições, em determinados casos o melhor é ter na bagagem de mão sempre barras energéticas, com baixo teor de açúcar e sem ingredientes artificiais, ou mesmo o chocolate ‘snickers’, um poderoso mata-fome. Considere levar também um “coquetel” de frutas secas, como nozes e castanhas-do-pará. Para grandes trajetos, trazer consigo alguns pós superfood (como maca e açaí) armazenados em sacos plásticos zip-top para adicionar sabor e nutrientes aos shakes.
Na viagem, dê preferência para alimentos cozidos. Saladas, carnes e peixes crus só se tiver absoluta certeza da higiene do local. Essas dicas completam a linha-dura de uma perfeita refeição em viagem. Sites como o “Vaca Feliz” (se você é vegan) ou trocar palavras-chave como “sem glúten”, ou “alimentos saudáveis” em seu aplicativo de mapas ou no “Yelp”, pode ser uma boa sugestão para conseguir opções saudáveis que irá impedir de parar num lugar xexelento só porque você está com fome e não sabe para onde ir.
2- Água, Sorvetes, e Sucos
Manter a saúde numa viagem é primordial, e o consumo de líquidos corretos é necessário. Consumir apenas água mineral gaseificada, pois além de ser de difícil falsificação, tem pH acidificado, o que dificulta a multiplicação de bactérias.
E a advertência serve também para sorvetes e sucos, quando você não sabe a qualidade da água que entrou no preparo. Precauções vão além, inclusive ao escovar os dentes sempre com água de uma garrafa lacrada.
Caso nada disso seja possível, aí antes de qualquer bebida ou refeição, mastigue uma pastilha de subsalicilato de bismuto. Um poderoso antidiarreico.
3- Esteja em dia com as vacinas rotineiras e recomendadas
Vacinas só as de febre amarela e hepatite tipo A (todas com três semanas antes da viagem) são eficazes e recomendadas; no mais, a orientação é criar medidas de barreiras que possam diminuir o risco de contrair enfermidades, evitando as picadas de insetos.
Em áreas de floresta, cerrados, a dica fica por conta do vestuário. Roupas claras, calças e camisas de mangas compridas, e evitar sair principalmente ao amanhecer e entardecer, quando os insetos estão em maior atividade. Além disso, usar repelentes com DEET (Di-Etil Etil Toluamida) na concentração de 35%. Nessa proporção o repelente é eficaz durante quatro horas, enquanto os mais comuns à venda só protegem na primeira meia hora.
Deve-se borrifar também atrás das orelhas e dos pulsos. Outra medida é impregnar as roupas com o princípio ativo da Permetrina encontrada nas casas de caça e pesca, pois ajuda a afastar os mosquitos. Mais uma dica valiosa: não usar perfumes florais, que agem como imã para insetos, e sempre que possível usar mosquiteiros sobre a cama.
4- Quando se conhece o risco não há risco
Deixamos por último, talvez a dica mais importante. O “Núcleo de Medicina do Viajante, do Instituto de Infectologia Emilio Ribas”, em São Paulo (tel. 11- 3896-1400, medviajante@emilioribas.sp.gov.br ) ou o do Rio De Janeiro www.cives.urfg.br previne e orienta os viajantes sobre surtos, epidemias de doenças assim como os corretos cuidados com a saúde em viagens mundo afora. Atua também na área de tratamentos de doenças adquiridas durante estas jornadas.
Por fim, não deixe que o excesso de precauções faça você desistir do seu destino sonhado.
