Ela tem o sabor de fogo e pode ‘recriar’ seu paladar. Ela – a pimenta. Perfuma, realça sabores e lógico, provoca um ardor também. Topar com a atrevida culinária mexicana é entrar nos mistérios desta especiaria que foi um dos itens mais cobiçados do comércio mundial. Por cauda delas é que a América foi descoberta, já que Colombo estava atrás das especiarias asiáticas, entre elas a pimenta-do-reino.
E foi aí que ele errou feio : confundiu a mesma sensação de ardência daquela pimenta, com as encontradas na América que são de outra família, a capsicum. Se não fosse por isso as ‘pimentas’ americanas, já utilizadas há 9.000 anos na cozinha dos indígenas de Tehuacán, passariam a ser chamadas só de chiles ou ajis. Ricas em cálcio, vitaminas A e C, além de ter propriedades antioxidantes, elas dão um toque de personalidade aos pratos mexicanos.
Com mais de sessenta variedades, graus de ardor e formatos, está no preparo dos moles – molhos muito elaborados e espessos – que podem conter até chocolate, o xocóatl. Entre as mais ardentes: a pikin, poblano, chipotle, morita, e a yahualica.
Como a variedade é imensa, pergunte antes “se pica (arde) ou no pica”.