Palavras de ordem: ficar em casa, sair só se necessário, distanciamento social, usar máscaras corretamente, lavar as mãos sempre, e usar álcool em gel, são defesas cada vez mais presentes no nosso dia a dia contra o COVID-19. O que fazer então agora se você realmente precisa viajar, ou se é daqueles, como eu, para quem viagens são o elixir da vida?
Para esta resposta, médicos e profissionais selecionados pela jornalista canadense Johanna Reed, em recente reportagem para a National Geographic, definem as melhores práticas em voos, restaurantes, hotéis e banheiros públicos. E são ainda salvos-condutos para todos que pretendem pôr o pé na estrada.
Há maneiras de diminuir (mas não eliminar) os riscos do COVID-19 durante a viagem, principalmente se levar a sério as palavras de ordem. Então, se você viajar de avião, ônibus, trem ou carro, seguem aqui as principais orientações desses especialistas.
As viagens mais seguras são aquelas que evitam, o máximo possível, o encontro com pessoas (às vezes já infectadas). Uma das maneiras mais fáceis de manter a distância é evitar o transporte público. Se viajar de avião opte por voo direto ao destino, sem escalas. Para distâncias pequenas vá com seu próprio veículo e com mínimas paradas.
As áreas de embarque dos aeroportos preocupam mais do que os próprios aviões, pois estes dotados de filtros HEPA capturam 99% dos micróbios, além da nova desinfecção eletrostática. O mais seguro é manter a distância mínima de um metro e meio das outras pessoas nos espaços comuns do aeroporto.
Embora nos voos é obrigatório o uso de máscaras, “escolha um assento na janela e o mais longe possível do banheiro”, diz o Dr. Farley Cleghorn, chefe global de práticas de saúde da Palladium, empresa internacional de consultoria médica. “O fluxo de ar contínuo que segue paralelamente às janelas restringe (pelo menos um pouco) o ar expirado de outros passageiros”. Desinfete as mãos após sentar-se na poltrona e antes e depois de tocar no rosto para remover a máscara durante as refeições.
Um alerta vale também para àqueles que têm o costume de tirar o sapato e ir ao banheiro só de meias. Melhor evitar essa prática, ou usar outro tipo de proteção para os pés.
As companhias aéreas se gabam de sua limpeza aprimorada nos dias de hoje, mas confie no seu taco e “trate todas as superfícies em que tocar (braço do assento, bandeja da mesa, fones de ouvido, alavancas, etc.) como se fossem radioativas e limpe-as com um lenço desinfetante, ou álcool em gel”, diz Cleghorn.
Onde dormir em segurança?
Olho vivo na seleção do hotel, mas não se estresse com a escolha. Não importa se é hotel, pousada, ou se pertence a uma rede estrelada, o que vale é que o estabelecimento tenha um bom histórico e siga as diretrizes de higiene recomendadas para os tempos de pandemia.
Um viajante comprometido com o uso de máscaras que mantem mais de um metro e meio de distância das outras pessoas ficará bem, independente da acomodação escolhida. Lave as mãos, a chave, ou o cartão-chave quando entrar, e prefira as escadas em vez de elevadores lotados. Verifique se o hotel mantém uma distância razoável entre você e a equipe da recepção, e evita fila de hóspedes no check-in ou check-out.
Onde comer?
Qual o problema de levar sua própria comida no percurso de seu destino? Essa é a forma mais segura de se alimentar durante o trajeto. Comer em restaurantes exige maiores cuidados: fuja dos horários de pico para minimizar o número de pessoas no mesmo espaço e dê preferência as mesas ao ar livre. E, olho vivo nos empregados que servem as mesas, pois é fácil espalhar germes se pegam pratos sujos e trazem novas refeições sem lavar as mãos.
Se precisar de banheiro público espere do lado de fora até que fique livre. Use sua máscara, lave e seque bem as mãos A ciência para se prevenir do COVID-19 é simples. Máscara, álcool em gel ou sabão e evitar a aproximação com pessoas em espaços mal ventilados.
E se adoecer na estrada?
Nenhum médico vai lhe dar sinal verde para viajar, portanto é importante o seguro viagem. Não confie totalmente num teste COVID-19 negativo ou em testes de febre. Embora eles possam ajudar a impedir a transmissão viral durante a viagem, também podem fornecer uma falsa sensação de segurança.
Todo viajante, mais do que nunca, precisa de um plano ou seguro de viagem. Assumir que você não vai contrair COVID-19 é bola fora. Não cometa esse erro. Além disso é importante verificar se o seguro escolhido informa o risco do destino e cobre os custos relacionados ao COVID 19.
Zé fini o tempo que não era necessário se preocupar tanto com os lugares escolhidos, onde se hospedar ou fazer as refeições. Hoje não é preciso consultar o oráculo de Delfos para definir um roteiro com toda segurança, mas é importante seguir as orientações de
especialistas e evitar grandes multidões ao ar livre para realizar uma boa viagem.
*Matéria ´publicada originalmente no Viagem Estadão