O que fazer em Mendoza? Se você for para lá, já se considere um viajante de sorte. São várias as experiências: para um público amante de bons vinhos, para os gourmands, para àqueles que não dispensam uma compra de qualidade, ou também para os que vão à procura de aventuras radicais ou contemplativas.
Permita-nos então sugerir algumas opções.
1- Mendoza é uma cidade para viver à céu aberto. Passeie, e passeie muito. Deixe-se levar ao acaso pelas ruas e avenidas ladeadas de álamos e carolinas que correm paralelas as acequias, canais de irrigação – por onde flui a água pura vinda do degelo das montanhas – e faça você mesmo suas descobertas. Tal como um pequeno bistrô, o Willian Blown (na Av. Aristides Villanueva 301), onde a carta de cervejas é superior à de vinhos. Ou ainda a Verolio (www.velorio.com.ar) na qual poderá fazer uma degustação dos melhores azeites de oliva da Argentina. Cansou? Nossa sugestão fica para um cappuccino, ou uma taça de vinho acompanhado de uma empanada, num dos muitos bares da petonal Sarmiento, tomada por um mar de guarda-sóis coloridos e mesinhas nas calçadas.
2- Considere uma caminhada pelo exuberante Parque General San Martin. Projetado pelo arq. francês Carlos Thays no início do século passado e orgulho dos mendocinos, o parque não nasceu só como um projeto de urbanização, mas com o intuito de proteger a cidade das nuvens de poeira provenientes do deserto e assim preservar a saúde de seus moradores. Destaque para a fonte dos Continentes.
3- Compras. Apesar de ser muitas vezes difícil de definir lugares de boas compras de qualidade a bom preço, procuramos identificar as melhores alternativas. E assim começamos com um trajeto feito pela própria municipalidade de Mendoza: ‘Tranvia de las compras’. Um ônibus especial que percorre o quadrilátero formado pelas principais ruas de comércio da cidade, Av. Belgrano, Las Heras, San Martin e Rua Colón. Por um dólar você pode descer e subir a qualquer hora durante o trajeto.
Para compras mais sofisticadas, a melhor opção fica para o Shopping Palmares, mas se o interesse recair sobre vinhos e seu universo, não deixe de conhecer a Winery (Rua Chile 898).
4- “Onde tem bom vinho tem boa comida”. A afirmação do chef Max Casá, autor de vários livros de gastronomia, é facilmente comprovada em Mendoza. Há excelentes opções de restaurantes, muitos deles priorizando os sabores da terra, a cozinha regional como expressão do lugar. Começamos com o La Marchigiana (www.marchigiana.com.ar), um dos mais tradicionais da cidade, ou o restaurante Tapiz (www.bodega-tapiz.com.ar). Se preferir algo mais informal, a pedida recai no Ph Bar (Rua Villanueva Aristides 282).
Como fonte de conhecimento da culinária mendocina não deixe de conhecer o Mercado Central. Ali se encontram diferentes especiarias, embutidos, cogumelos e as frutas produzidas na região como figo, damasco, pera, maçã, melão, além das frutas secas como as nozes e amêndoas. Vale também uma visita ao Almacén Del Sur, que reúne uma linha de produtos delicatessen que conjuga a cozinha gourmet com os produtos locais (www.almacendelsur.com.ar)
5- Roteiro pelas Vinícolas. Impressionam, além da qualidade dos vinhos mendocinos, os arrojados projetos arquitetônicos de algumas das vinícolas. Vale saber que na Província de Mendoza existem cerca de 1300 vitiviniculturas localizadas em quatro oásis bem diferenciados: oásis leste, sul, do vale do Uco e o do centro-oeste. Neles estão as tradicionais bodegas, as pequenas e familiares, além das modernas bodegas butique.
Citamos a Trivento (www.trivento.com), 5ª maior produtora de vinhos do mundo; a Domaine Bousquet (www.domainebousquet.com), que produz somente vinhos orgânicos; a Salentein (www.bodegasaleintein.com), a arte do vinho reunida com obras de arte; a Rutini (www.rutiniwines.com) que há mais de 100 anos produz vinhos refinados, e a Terrazas de los Andes (www.terrazas delosandes.com.ar) localizada em cenário espetacular com a Cordilheira dos Andes fazendo fundo às videiras. Mas a flor da lapela é a Bodega Hacienda del Plata (www.haciendadelplata.com), pequena, mas com safras de vinhos soberbos. Cada vinícola possui um estilo, e de cada terroir sai um vinho diferente com palhetas aromáticas únicas.
(foto 3801)
6- Quem se aventura? A viagem para Mendonza põe no prumo aventureiros de todas as idades para quase todos tipos de esporte radicais. O montanhismo pode ser realizado o ano inteiro, tanto nas áreas denominadas serranas, quanto na pré-cordilheira e na alta montanha. Trekking, rafting em rios caudalosos formados pelo degelo dos glaciares, mountain bike, rappel, cavalgadas, mergulho com cilindro nas lagunas, expedições 4×4, espeleologia, além do parapente, do esqui (no inverno), e o mais famoso por aquelas bandas, a escalada do Aconcágua (no verão), com seus 6.959 metros de altura, são algumas das modalidades para liberar sua adrenalina.
7- Não existe época ideal para visitar Mendoza
Mendoza se transfigura nas quatro estações do ano. No outono, as árvores e as videiras se revestem de uma gama fabulosa de cores quentes que vão do vermelho-carmim ao ocre-alaranjado. Cores que desaparecem no inverno quando as montanhas se recobrem com um manto liso de neve. E, para os que amam fotografar, as vinhas secas criam um belo grafismo em meio a neblina.
De fevereiro até meados de maio, dependendo do amadurecimento das videiras, o viajante tem a oportunidade de ver os trabalhadores na agitação da cosecha ou vendimia –a colheita, e ainda acompanhar a chegada, a seleção dos cachos azuis arroxeados nas bodegas, e se inebriar só com o aroma do mosto que fermenta nos toneis.