Fake News? Flagra? Não, essa é quente, pois James Bond e Emmanuelle viajaram para Seychelles, … embora cada um em épocas diferentes.
James Bond, praticamente nasceu naquelas ilhas pelas mãos do escritor inglês Yan Fleming que lá ia se inspirar para escrever as histórias do espião. Já Emmanuelle, veio ao mundo pelo romance homônimo da autora francesa de origem tailandesa Emmanuelle Arsan. A série de seus filmes, que a partir da década de 1970, inaugurava um gênero erótico sem precedentes para a época, teve o arquipélago como cenário, em alguns de seus episódios.
Vamos aos fatos. Era em Mahé, uma das ilhas de Seychelles, que Yan Fleming, criador do mais famoso espião da literatura policial, se refugiava para escrever as aventuras de James Bond. Ali ele trouxe à bala, oops! à baila For Your Eyes Only (no Brasil, Para Você Somente), livro de contos, muitos dos quais viraram filmes de sucesso.
Uma das histórias se passa em Seychelles. Nela, M (Serviço Secreto Britânico) envia o galã agente secreto 007 em nova e arriscada missão. Assim como Fleming, Bond deixou uma Londres fria e chuvosa para a ensolarada e prístina Mahé.
Mahé também serviu de cenário para o quarto filme da série Emmanuelle. O diretor François Leterrier, em Goodbye Emmanuelle, queria oferecer um ponto de vista renovado: mais glamour ao invés de só corpos in natura com sexo livre.
Mesmo contando com Emmanuelle, uma lança-chamas de desejos, o filme ganhou notoriedade pelo panorama de ilhas graníticas e montanhosas com praias de areia branca como mármore, todas com exuberante vegetação tropical. E, refoçou ainda mais a ideia de Seychelles, como lugar paradisíaco para curtir o amor. Até hoje o chalé onde foi rodado parte do filme é ponto de vistação na ilha, e arranca suspiros.
Seychelles não foi exclusidade de inspiração para Yan Fleming, e pano de fundo para Leterrier. O escritor Alec Waugh, irmão de Evelyn Waugh, também se rendeu à beleza selvagem das ilhas e as descreve em vários livros, e no seu bestseller Where the Clocks Chime Twice. Mas foi o diretor Roman Polansky, em Pirates, que melhor soube aproveitar a natureza das ilhas coralina e recifes em diferentes estágios de formação. Esta foi outra película que pegou carona nas paisagens e que divulgou mais ainda o arquipélago, desta vez pelo lado da aventura.
Há várias maneiras de se viajar a essas 115 ilhas no Oceano Índico. Contagiar-se por sua energia pura e criar fantasias é uma delas. No meu caso, quem sabe me entusiasmar e escrever um romance quente entre o ator escocês Sean Connery, o verdadeiro James Bond, e a atriz holandesa Sylvia Kristel, Emmanuelle.
Que daria um bom romance daria, não?
*Matéria publicada originalmente no nosso blog Viagens Plásticas, do Viagem Estadão