Existem mais de mil terreiros de Candomblé em Salvador, Bahia. Eles mantêm vivos o culto e a devoção aos Orixás, tradição vinda com os escravos negros a partir de 1549. O Terreiro de Gantois, ou Axé Yamasseê, fundado por Maria da Conceição Nazaré em 1849, é uma das casas de Candomblé Jeje-Nagô mais famosas e frequentadas da cidade. Gantois era o nome de um belga, dono do terreno onde foi construído o templo religioso. Ironicamente, ele era traficante de escravos.
A Iyalorixá, mãe de santo, é sacerdotisa e chefe do terreiro de Candomblé. Carinhosa, ela acolhe, orienta, aconselha e zela por seus filhos, como verdadeira mãe.
De figura majestosa, veste-se com uma bata com bordado richelieu sobre volumosa saia, um pano sobre o ombro, turbante ou ojá na cabeça, fio-de-contas, brinco e anel de ouro onde está incrustado um búzio. Diante dela fica a mesa para o jogo de búzios que serão jogados ao redor de colares de contas formando um círculo. Aláfia é o nome que se dá quando todos os búzios caem abertos, o que significa “sim”, confirmação para a pergunta feita ao oráculo. A maioria das Iyalorixás considera aberto o búzio que cai com a abertura natural da pequena concha para cima, mas essa consideração pode variar.