Estar na Bélgica no dia 30 de novembro quando a Unesco declarou a cerveja belga Patrimônio Imaterial da Humanidade, foi um prêmio à viagem.
Foram quatro dias de intensa movimentação entre os lugares que escolhi para visitar, intercalados sempre com uma parada num pub para experimentar algum tipo de cerveja. As dicas eram sempre dadas pelos habitués das casas e pelos barmens, para curtir uma nova loira, ruiva ou morena.
As cervejas revelaram aromas, sabores e características distintas que me possibilitaram degustações bastante atraentes e particulares. E, valeram a pena todas as sugestões.
Impossível na Bélgica imaginar a cerveja sem o copo adequado. A transparência e o formato das peças são fundamentais para desfrutá-la em toda a sua essência. E olha que são mais de 2.400 rótulos, isso só num dos pubs mais famosos de Bruxelas, o ‘Delirium Café’, onde cada uma delas têm seu próprio copo.
Os formatos variam dos tradicionais ‘bolinha ou balão’, mug, hannover, flauta, até os copos mais complexos como o da cerveja Kwak que lembra uma ampulheta, ou da Duvel, e Orval com bocas bem maiores.
E as opções para um acompanhamento perfeito também devem ser levadas em conta. Às vezes é preciso reinventar o paladar para escolher a cerveja perfeita para os acepipes, pois dentre as cervejas belgas, as mais incríveis são ácidas, harmonizá-las com a comida passa a ser quase uma diversão. E aí, entram as especialidades típicas do país: batatas fritas, waffles, queijos, endívias ou aspargos gratinados, mexilhões com fritas, cozidos e salsichões.
Algo mais acontece quando se entra numa loja especializada de cervejas. Particularmente quase surtei ao ver tantos rótulos em diferentes formatos de garrafas. Isso sem falar na seção de copos. Eram tantas as formas e tamanhos, todos belíssimos que fiquei com vontade de levar uma dezena, mas cada um sai em média sete euros.
Quase todas as lojas têm um pequeno livro para explicar a procedência de cada cerveja, o grau alcoólico e a fermentação. Aí fiquei sabendo que as artesanais, sem dúvida as melhores, são fermentadas ao ar livre e somente no inverno. Uma boa cerveja ali custa ao redor de cinco euros.
Mas para mergulhar no vasto universo desse icônico produto belga, nada melhor do que entrar de boca numa taverna, e viajar pelos mais variados estilos, das lambic e geuze à abadia e trapista. Em Bruxelas recomendo a ‘Taverne Cyrio’ (que funciona desde 1886), a ‘Au Bon Vieux Temps’ (uma das mais antigas que data do século 17) que tem uma atmosfera especial, daquelas de filme noir, e a mais famosa entre os viajantes, a ‘Delirium Café’.
É impossível apontar as melhores cervejas se os próprios belgas ficam na dúvida, mas considere as que mais me foram sugeridas: Trappistes Rochefort 6, com 7,5% de grau alcoólico, a Lindemans Kriek, com 4% (uma das preferidas pelas mulheres), a Duvel, com 8,5%, e a Bush, com 12%, esta recomendada só pros ‘machos’, ou para um pau-d’água.
Op uw gezonheid!
Onde se hospedar:
Hotel Amigo (roccofortehotels.com), em Bruxelas. Localização mais que perfeita quase ao lado da Grande Praça
Marriot Ghent, em Ghent. Ao lado do Centro Histórico
Flanders Hotel, em Bruges. Localizado no Centro Histórico.
Onde comer:
Resto Henri, em Bruxelas, na Vlaamsesteenweg 113. Pratos típicos belgas com preços razoáveis.
Bistro Christophe, em Bruges, na Garenmarket 34. Não deixe de ir, gastronomia belga com preços excelentes
Mais informações:
www.visitflanders.com