Na ilha de Marajó as sereias ainda cantam, botos se transformam em amantes, búfalos andam soltos pelas ruas, e a arte da cerâmica Marajoara mantém-se viva há mais de 1500 anos. Entre fantasia e realidade, entre rio, mar e terra, esta ilha é pura sedução.
De tanto ver as águas serpentearem, rodarem, rodopiarem, as morenas marajoaras se vestem como sereias e ilustram uma história de sedução, dançando o Carimbó. Os movimentos giratórios da dança criam mandalas flutuantes de cores. Enfeitam-se: as blusas brancas e rendadas parecem espumas, seus colares de contas são como bolhas d`água, e as saias com estampas de flores coloridas lembram as escamas “florescentes” da Iara, a Mãe das águas. Os pares das dançarinas e os músicos se vestem com camisas brancas e bordadas com desenhos retirados da cerâmica marajoara. O som é dos instrumentos de percussão, de cordas, flautas e atabaques. O Carimbó se dança sorrindo.
O Carimbó pode ser traduzido como uma verdadeira dança brasileira, pois surgiu da miscigenação de danças indígenas, de africanas com seus batuques e requebras de quadris, e das danças portuguesas no bater de palmas e estalar de dedos
À noite, em todo o Marajó, ouve-se o refrão do Carimbó: “… é do Marajó, é do Marajó
nosso Carimbó é quente
do Pará ele é o melhor”