Início Brasil Minas Gerais Asa delta pede passagem

Asa delta pede passagem

Inaugurada a mais moderna rampa de asa delta do Brasil, em Extrema, Minas Gerais, mas pilotos relatam falta de patrocinadores para um esporte em que brasileiros são referência mundial.

O Brasil, considerado o Havaí do voo livre, com cinco praticantes na lista dos dez melhores do mundo, encontra dificuldades para realização do Campeonato Paulista de Asa Delta. Isto se deve à falta de patrocinadores, segundo um dos seus organizadores o piloto Rodrigo Missi.

“Como pode um esporte que atrai multidões durante as etapas da competição, que promove uma cidade, cuja divulgação é extensa em todas as mídias, que rende excelentes fotos, vídeos e reportagens, ter que usar papel higiênico como biruta”?, desabafa Missi, mais conhecido como Ratão, e completa: “podemos promover as empresas em banners, folhetos promocionais dos eventos, em outdoors, além de compartilhar nas mídias online.

Asa delta sobrevoando um vale verde
crédito: viramundo e mundovirado

Uma das etapas do campeonato será realizada em abril em Extrema. Sua rampa metálica de voo livre, recentemente inaugurada, foi desenhada para permitir que além do piloto planar após corrida inicial, dependendo do vento consiga voar sem impulso, pois o vento que se infiltra através das barras metálicas, levanta a asa delta. Essa é a diferença fundamental com as rampas de madeira. Inovadora já apareceu com destaque em várias revistas internacionais de voo livre.

Cada etapa consta de duas técnicas: A Race to Go, na qual os participantes, já em voo livre, saem juntos a partir do sinal do juiz. Ganha aquele que chegar mais rápido no ponto determinado. A segunda etapa é a Cross Country, cujo vencedor é aquele que atinge a maior distância entre decolagem e pouso.

Piloto de asa delta se preparandopara saltar
Rodrigo Missi aguardando o momento ideal para o voo inaugural da rampa de Extrema
crédito: Viramundo e Mundovirado

Vale agora ressaltar alguns dados desse esporte que cada vez ganha mais adeptos: em outubro de 2015, o piloto brasileiro Glauco Pinto obteve o recorde brasileiro e sul-americano com a distância de 578 km. O recorde mundial permanece com um americano que alcançou 764 km. A diferença é que o brasileiro saltou de uma montanha com 800 metros de altura, e o americano foi rebocado por um ultraleve e liberado em altitude bem mais alta. Olha aí outra vez Santos Dumont versus Irmãos Wright. Eles não perdem a mania!

papel higiênico flutuando numa rampa
Até quando vamos ver papel higiênico servindo de birutas em provas de voo livre? Por que há poucos patrocinadores em um esporte no qual o Brasil é referência?
crédito: Viramundo e Mundovirado

A Asa Delta é um esporte seguro, pois os pilotos voam com os mais modernos equipamentos de segurança: capacetes aerodinâmicos de kevlar e fibra de carbono, paraquedas reserva, variômetro que mede a variação dos ventos, GPS e rádio de comunicação. Tudo para garantir um salto que na largada pode atingir até 100 km/h, e durante o voo ao redor de 30 a 50 km/h.

Quem não gostaria de ter sua marca vinculada a esse esporte que dignifica o Brasil, e que leva o esportista a uma sensação de liberdade extrema? Esta é a pergunta que paira no ar.Ilustração cajuzinho usada como ponto final das matérias da vmmv

uma pequena cidade vista do alto
Vista aérea de Extrema, Minas Gerais
crédito: secretaria de turismo de Extrema

Mais conteúdo no Blog  https://paulistadeasadelta.wordpress.com

ViramundoeMundovirado
"Viajamos para namorar a Terra. E já são 40 anos de arrastar as asas por sua natureza, pelos lugares que fizeram história, ou pela cultura de sua gente. Desses encontros nasceu a Viramundo e Mundovirado."

Must Read

Kamchatka, é prá lá que preciso ir

Kamchatka é longe, aliás longe à beça, lógico que saindo do Brasil, mas não pense que seja uma viagem de superação, nada do tipo ‘grande aventura’, de se exilar do mundo, nada disso. Apenas um lugar para elevar o patamar de minhas expectativas.

Belo Horizonte, hub cultural no coração do Brasil

A recompensa da viagem a Belo Horizonte chega a ser transformadora para quem se dispõe a colhê-la. As viagens rejuvenescem, e guardam sempre um segredo na volta. Qual seria o meu?

Vontade de viajar

A verdadeira vontade de viajar não é outra coisa senão a vontade perigosa de pensar sem nenhuma espécie de temores, de afrontar de peito o mundo e de ter resposta para todas as coisas, e sobre fatos importantes que virão. Uma vontade que não pode ser aplacada com projetos e livros, que exige sempre mais e custa sempre mais, na qual é preciso colocar o coração.

  Em Cunha, driblando a pandemia

Cunha, a 240 quilômetros de São Paulo, tem roteiros para uma viagem panorâmica, daquelas com um caleidoscópio de paisagens. Um lugar no qual se pode exercer a liberdade e a imaginação. Cunha é uma escolha natural para os viajantes.

Experiências no Litoral Norte de São Paulo

Experiências Litoral Norte é muito mais do que um guia de praias, restaurantes, hotéis e pousadas, os lugares apresentados pelo Circuito Iitoral Norte apontam para esse movimento de reconfiguração das viagens e seus relacionamentos. E, dá a chance de observar aspectos centrados nas diferentes culturas e tradições dos caiçaras que vivem nessa paisagem que atravessa a história do Brasil.