Para conhecer algumas belezas do Brasil, é preciso, às vezes, levantar cedo. Cedo, não! Madrugar às três da manhã. É nesse horário, no Mercado Ver-o-Peso, em Belém, que começam a chegar os barcos, a maioria proveniente da Ilha do Marajó, com a frutinha que os ribeirinhos definem como “ouro negro” – o açaí.
Extraído da palmeira Euterpe oleracea, que nasce espontânea e cresce em terrenos alagadiços, a fruta pequenina e ácida, de cor arroxeada, quase negra, e que nos deixa elétricos, é alimento básico do nortista, mas os índios que sabem das coisas, comem com farinha há milênios. No Sul, ela deu as caras quando na década de 1980, surfistas e os vidrados em malhar descobriram seu valor energético e nutritivo. Agora a frutinha é estrela internacional, conhecida como “o maravilhoso fruto da Amazônia”.
E, é por causa desse sucesso que é homenageada com uma feira que acontece todas as madrugadas, ao lado do Ver-o-Peso. Compradores nacionais e internacionais se aglomeram para escolher a melhor “cesta” dessa frutinha que de longe e de perto lembra pequenas jabuticabas.
De alto valor energético e rico em fibras, ela aparece, no norte do país, em receitas tanto doces quanto salgadas, como bolo, pudim, ou mingau, e acompanha de peixes a um simples ovo frito.