Os aldeões sul-africanos viram nos fios que seriam utilizados para o desenvolvimento das telecomunicações, em suas isoladas comunidades, o progresso. Já os artesãos viram arte.
É corrente na África do Sul chamar de “arte”, o artesanato de alta qualidade. Não é inferior à arte, mas é de outra natureza.
Tecer cestas em palha, úteis para o uso cotidiano é uma tradição milenar em toda a África. Para os artesãos zulus, porém, faltava algo – as cores. Com os fios de cobre revestidos de plástico multicolorido, o artesanato ganhou status de arte. Autorizados a utilizar essa “nova” matéria-prima, os artesãos ganharam liberdade para imaginar.
Inicialmente reproduziram nas cestas motivos que lhes eram familiares: casas, animais e plantas. Criativos, tornaram-se mais abstratos, desenhando espirais, ziguezagues e grafismos geométricos. Para obter maior leveza mesclaram fios descascados, deixando o cobre aparente, o que resultou em textura e transparência. Revestindo os fios com delicadas miçangas, agregaram brilho, fantasia e sensibilidade.